Air Products perfura poço de injeção no Lago Maurepas

Membros da tripulação da Air Products aguardam a detonação no Lago Maurepas do teste que a empresa organizou para demonstrar aos moradores locais na segunda-feira, 5 de dezembro de 2022, em Akers, Louisiana.

A perfuração começará este mês no Lago Maurepas para realizar testes geológicos no local onde milhões de toneladas de carbono produzido por um complexo de fabricação de hidrogênio proposto seriam armazenados no subsolo.

Entretanto, os residentes locais e os líderes governamentais continuam a protestar contra o projecto, temendo que este possa prejudicar o ambiente e prejudicar os meios de subsistência dos residentes locais.

A Air Products, uma empresa global de gás, planeia abrir o complexo na Paróquia de Ascension em 2026 e enviar as suas emissões de carbono por um gasoduto de 60 quilómetros até ao Lago Maurepas, onde os resíduos serão injectados na terra cerca de um quilómetro e meio abaixo do fundo do lago, em vez de emitido para a atmosfera.

Os líderes da empresa afirmam que o projeto irá sequestrar cerca de 95% das suas emissões de carbono abaixo do solo, totalizando mais de cinco milhões de toneladas por ano, e será a maior operação de captura de carbono do mundo.

Para obter as licenças necessárias da Agência de Proteção Ambiental dos EUA para construir poços de injeção de carbono no lago, a Air Products deve primeiro realizar testes geológicos – incluindo a perfuração de poços de injeção que não sejam de carbono e a realização de testes sísmicos – para garantir que o solo possa suportar injeções de carbono. .

A empresa concluiu os testes sísmicos em julho e uma plataforma temporária foi implantada no lado sul do Lago Maurepas no fim de semana. A perfuração começará em meados de agosto e deverá ser concluída até o final de outubro se o tempo permitir, disse a empresa.

Um segundo poço de injeção no lado norte do Lago Maurepas está pendente de aprovação de licença do Departamento de Recursos Naturais da Louisiana.

“A segurança está no centro de tudo o que fazemos na Air Products, e esta próxima fase de avaliação do espaço poroso é fundamental para garantir que ele seja adequado antes que qualquer CO2 seja armazenado permanentemente”, Andrew Connolly, vice-presidente e gerente geral de baixo teor de CO2 da Air Products. projetos de carbono e hidrogênio, disse em um comunicado.

A empresa cercará a plataforma com uma bóia laranja para proteger os velejadores, localizada a 500 pés da própria plataforma, juntamente com sinalização ao redor do lago sobre o projeto. Os funcionários da Air Products também publicam atualizações regulares do projeto no site da empresa e nas redes sociais.

No entanto, as autoridades locais e os residentes não pararam de protestar contra o projeto desde que começaram a aparecer em massa no ano passado nas reuniões do conselho paroquial e nas audiências de autorização estadual para pedir à Air Products que deixasse o lago em paz.

Na quarta-feira, um grupo de Louisiananos de Livingston, Tangipahoa e outras paróquias vizinhas viajou até ao centro de Baton Rouge para falar contra a construção do segundo poço de injecção numa audiência de autorização para o Departamento de Recursos Naturais da Louisiana.

É a segunda audiência desse tipo que os moradores da área dirigiram para protestar contra o projeto, a primeira audiência ocorrendo em dezembro passado para a licença do poço de injeção no Sul.

Grande parte do sentimento expresso na reunião de quarta-feira ecoou o que foi dito em Dezembro: que o projecto avançou demasiado rápido, faltou transparência e não teve em conta os riscos potenciais para a vida selvagem natural e para os navegantes recreativos na área.

“O que é muito frustrante é que somos cidadãos tentando lutar pelo nosso lago, e você sente que isso não é ouvido”, disse Laurie Sagnibene, moradora de Baton Rouge com uma casa às margens do rio Tickfaw. “Não temos 25 grupos lobistas que recebem centenas de milhares de dólares para lutar em seu nome. Nós nos temos, e nós deveríamos ser suficientes.”

Um porta-voz da Air Products disse que, após o estudo sísmico, um monitor ambiental independente pesquisou a vida selvagem do lago e encontrou uma taxa de mortalidade de peixes de 0,229 onças por acre – uma quantidade muito pequena, segundo a empresa. A Air Products está trabalhando com o Departamento de Vida Selvagem e Pesca do estado para elaborar um plano sobre como reabastecer o lago, conforme exigido por lei.