Moradores da Louisiana pedem ao estado que interrompa a próxima fase do projeto de captura de carbono

Poucos ciprestes permanecem nas zonas úmidas e pântanos perto do Lago Maurepas. (Foto de Wes Muller/LA Illuminator)

Os residentes do sudeste da Louisiana dizem que o Lago Maurepas é um dos últimos cursos de água intocados no estado e estão implorando às autoridades estaduais que impeçam a gigante química Air Products de construir uma série de poços e oleodutos que injetarão 5 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. embaixo do lago.

Vários residentes e autoridades eleitas viajaram para Baton Rouge na noite de quarta-feira para uma audiência do Departamento de Recursos Naturais sobre uma das fases iniciais do projeto – a construção de um segundo poço de teste que permitiria à empresa continuar os testes sísmicos da geologia abaixo do lago. . A agência está coletando comentários públicos enquanto considera a aprovação da licença do poço de teste da Air Products.

A Air Products tem planos para um complexo de fabricação de hidrogênio de US$ 4,5 bilhões na Paróquia de Ascension, que usaria tecnologia de captura de carbono para capturar emissões e canalizar o gás cerca de um quilômetro abaixo do leito do lago. A empresa já obteve licença para o seu primeiro teste de poço no início deste ano e realizou testes sísmicos para mapear as formações geológicas sob o lago.

Os residentes que vivem perto do Lago Maurepas opuseram-se à perturbação da empresa, o que chamam de uma bela paisagem aquática com um ecossistema frágil que tem sustentado a pesca e os restaurantes locais há gerações.

O deputado Bill Wheat, republicano de Ponchatoula, disse que raramente viu uma opinião tão universal compartilhada por um amplo espectro de residentes sobre um único assunto.

“As pessoas estão muito preocupadas”, disse Wheat à agência. “O Lago Pontchartrain e a bacia circundante já foram afetados pela indústria… Vejamos algumas outras alternativas… Ignoramos totalmente essas possibilidades.”

O trigo introduziu legislação este ano num esforço para travar ou pelo menos abrandar os projectos de captura de carbono no Lago Maurepas, mas os projectos de lei falharam apesar da resistência de mais de duas dúzias de lobistas que a Air Products contratou para reforçar as suas negociações.

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Kim Coates, membro do Conselho Paroquial de Tangipahoa, disse que o estado não está a considerar as implicações a longo prazo das suas acções. Está a sacrificar um belo ecossistema e os meios de subsistência dos pescadores e dos caçadores de caranguejos por uma empresa internacional que prometeu algumas centenas de empregos, disse ela.

“Precisamos salvar esse recurso natural”, disse ela. “Ele fornece negócios. Já fornece parte da economia e não podemos perder isso.”

A única voz de apoio ao projeto veio da própria empresa. O executivo da Air Products, Andrew Connolly, elogiou a economia do projeto, dizendo que será o maior investimento da empresa no país e criará 170 empregos permanentes.

Connolly disse que o projeto irá capturar e armazenar 95% das emissões de carbono da planta.

Não está claro quanta infraestrutura, como plataformas e poços de injeção, a Air Products planeja construir no lago.

O residente Joseph Cook disse que foram necessários muitos anos para restaurar a bacia do Lago Pontchartrain da destruição causada pela exploração de petróleo e gás. O Lago Maurepas está conectado ao extremo oeste do Lago Pontchartrain e faz parte de um ecossistema compartilhado.

“O Lago Maurepas é uma parte muito especial da nossa história e da nossa cultura”, disse Cook. “A recuperação levou anos e é extremamente importante que não recuemos num esforço para acomodar a indústria em troca das nossas belas zonas húmidas.”

John Albanese, um residente da paróquia de Tangipahoa, convidou autoridades do estado em seu barco para ver o que ele disse serem danos já causados ​​pelas operações iniciais de testes da Air Products.

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Grandes barcos de trabalho estão levantando lodo, os níveis de oxigênio estão caindo e a proliferação de algas está matando peixes e caranguejos, disse Albanese. Os caçadores de caranguejos estão enviando a ele fotos de caranguejos com protuberâncias estranhas em suas conchas, disse ele enquanto exibia as fotos em seu telefone.